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Desromantizando

Durante muito tempo achei que sentir demais era um problema.

Ouvia várias vezes: “Beatriz estás a chorar para quê, chorar não vai resolver nada, pronto já está a chorar.”

Sentia que chorar por tudo e por nada era um defeito.

Que andar com o coração à flor da pele me tornava fraca.

Mas com o tempo e com o curar das feridas comecei a ver isto de outra forma e amava que vocês também o vissem assim.

A sensibilidade é das coisas mais bonitas do mundo.

Não é fraqueza é profundidade, é a capacidade de ver mais do que está à vista, de ouvir o que mais ninguém ouve, de prestar atenção a detalhes da vida que passariam despercebidos a qualquer outra pessoa.

Sentir é o que nos faz vivos.

Sentir profundamente é permitir-te viver.

É permitir-te amar loucamente, rir até doer a barriga, chorar até não aguentar mais.

A sensibilidade é o que dá textura à vida, é o que colore os dias, é o que transforma um abraço em abrigo, um olhar em milhares de significados, uma palavra em cura.

Que nunca percamos a arte de sentir, mesmo quando isso nos faz chorar, porque se a perdermos deixaremos de viver.

Sentir é viver com o coração aberto.

E viver com o coração aberto é um acto de coragem.

Parabéns pela tua coragem.

Respira.

Bia

2 comentários em “Desromantizando”

  1. Palavras muito bonitas!
    Nunca nos fez tanta falta essas emoções!
    Num mundo em que deixamos morrer crianças à fome, em que damos poderes a homens que só procuram destruição, quando mesmo depois de guerras, pandemias e apagões continuamos a cometer os mesmos erros de não amar… é bom alguém nos relembrar que o que devemos sentir ❤️

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